terça-feira, 15 de outubro de 2019

O Ensino Médio na Brinquedoteca


    TRAZENDO O JOVEM DO ENSINO MÉDIO PARA A CONVERSA nesse espaço que acolhe o corpo e a memória refletindo o lúdico como aprendizagem do desejo.
    Os jogos são desejo... não o desejo de algo que falta mas o desejo do instante que passa e do que está para surgir ... são puro apetite de viver. (M. M. Bousquet)




Registro da professora Sonia Sarmento que ministra a disciplina de Psicologia do Ensino Médio profissionalizante ao trazer à Brinquedoteca os alunos nesse rememorar o impulso lúdico e curioso que nos move a explorar a vida ao acaso.

Percebi que a unidade que estava trabalhando com os alunos – memória , conhecimento, inteligência, percepção e criatividade – poderia ser a deixa para esse encontro na brinquedoteca.
Na entrada do prédio da Educação Infantil, já percebi uma mudança no clima da turma. Ao passar pelo corredor à procura da sala, houve uma euforia inicial com a observação dos trabalhos coloridos dos alunos expostos nas paredes. Ao entrar na sala, todos foram tomados por uma imensa alegria.
Foram quarenta minutos brincando. Ao final, a Cristina propôs falarmos uma palavra sobre o brincar. Ficamos em roda e jogamos um saquinho de areia para um deles, e esse aluno depois de falar uma palavra jogou para outro, e assim por diante.
Ao final, sentamos. Queríamos interferir o mínimo possível, pedimos para eles falarem das brincadeiras da infância. Muitas lembranças, todos tinham alguma história. Nenhum aluno lembrou da hora de ir embora, passamos da hora!
Algumas falas: “Eu entrava no mato. Não tinha medo de me machucar. “ “Eu comia bicho de goiaba” “Meu avô inventou um carrinho. Todo mundo pedia para ele fazer outro igual” “Eu não, eu brincava sozinha, e agora aqui fui brincar sozinha com os blocos de madeira” “Eu e meus primos ficávamos um tempão montando uma casa. Acabávamos brincando com outras coisas que fazíamos. Agora é tudo pronto”.
Perguntamos sobre outras atividades que também dariam esse prazer. Não falaram de trabalho nem de escola. Perguntamos se eles achavam que no trabalho poderiam conseguir isso. E na escola? Não faziam essa relação. Então perguntamos se essa ideia não poderia se constituir num desafio para nós. Os alunos disseram que eles é que deveriam ir às salas dos professores, aos laboratórios, e não os professores irem até as salas dos alunos. “Eu queria uma sala assim, que desse para deitar.”
 

 

 

No encontro posterior que tive com os alunos, todos comentaram que a atividade foi muito boa, que poderíamos voltar à brinquedoteca outra vez. 


Nenhum comentário: